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Cevenb reflete sobre ecos escravocratas em mandado coletivo na Maré

                 Clara Passi A exibição do documentário Mandado, de João Paulo Reys e Brenda Moraes, foi o gatilho para a Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil (Cevenb) da OAB/RJ debater, nesta segunda-feira, dia 15, como a criminalização da pobreza que acomete moradores de favela é eco do passado escravocrata brasileiro. O filme fala sobre o mandado coletivo de busca e apreensão expedido pela Justiça do Rio que autorizou revista em domicílios do Complexo da Maré, em 2014, no bojo da implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs). Marielle Franco, que atuou para que os direitos dos moradores fossem garantidos durante a incursão das forças de segurança, é uma das entrevistadas do filme. A ferramenta jurídica que permitiu o acesso da Polícia Civil a casas da Nova Holanda e Parque União é tida por especialistas como uma afronta ao direito constitucional da inviolabilidade domiciliar. Os mestres de cerimônia do evento, intitulado Mandado coletivo & reparação da escravidão, foram o presidente da Cevenb, Humberto Adami, e a diretora de Igualdade Racial da Seccional, Ivone Caetano. Após a exibição, houve um debate com a presença de Reys. “É preciso ir além do discurso da dívida histórica. É preciso recriar o tema constantemente”, afirmou Adami, que usou o caso do fuzilamento do músico Evaldo Rosa pelo Exército para ilustrar sua tese. Adami contou sobre os inúmeros habeas corpus que impetrou no TJ/RJ para tentar impedir o uso de mandados coletivos por juízes.   “Todos os problemas sociais do Brasil são resquícios da escravidão. O negro não conhece sua história, tanto que muitos são contra as cotas raciais. O extermínio de jovens negros responde a um desejo antigo de embranquecimento da população", sentenciou Caetano, a primeira desembargadora negra do Brasil.
15/04/2019 (00:00)

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